Era Sábado de Aleluia - 22 de março de 2008 - quando Sergipe respirou aliviado pelo fato de C.S.R., o Pipita, ter sido mandado 'aos quintos dos infernos', conforme noticiou a polêmcia manchete do Cinform naquela época. O bandido menor de idade ficou conhecido em todo o Estado - e até fora dele - pelas maldades que cometeu no sul sergipano, sobretudo contra mulheres.
Pipita matou, roubou, estuprou, fugiu da polícia por vários meses, mas sua empreitada de perversidade chegou ao fim quando os sergipanos vivenciavam o jejum da Páscoa. Na madrugada daquele sábado, Pipita e seu bando tentaram invadir uma pequena propriedade da Fazenda Sobrado, em Tomar do Geru, quando o dono da casa, o agricultor José Barbosa Filho, conhecido como Zé Curador, hoje com 75 anos, deu-lhe uma foiçada no braço, impedindo que sua família provasse do fel que Pipita espalhou por onde passou. Ele sequer conseguiu adentrar a residência.
Naquela mesma noite, depois de tentar fugir mais uma vez e muito combalido pela foiçada, Pipita foi morto pela polícia, a poucos metros da casa de Zé Curador. Três anos depois, o Cinform voltou à Fazenda Sobrado, na intenção de saber como vive o homem que ainda hoje é considerado um 'herói' para o povo daquelas bandas de Sergipe.
ANGUSTIADO
Para surpresa da reportagem, aquele Zé Curador que estava diante da mesma jornalista que o entrevistou dias após que Pipita partiu dessa para uma bem pior, aparentava não ser o mesmo homem com estampas de entusiasmo e fé no rosto. Hoje ele tem a testa ainda mais franzida, o semblante mais sério e, muitas vezes, disperso, e um discurso inquietante. Está decepcionado com o rumo que sua vida tomou daquele episódio para cá.
Suas primeiras palavras foram de questionamento. "De que me serviu a fama de herói?". Em nenhum momento, Zé Curador se negou a conversar com o Cinform, tampouco deixou de ser receptivo e agradável, mas também não fez a mínima questão de esconder o seu sofrimento.
"O bandido do Pipita descansou. Está lá, embaixo da terra, e cá estou eu, sem sossego", destacou, chorando - no que parece remorso. Isso mesmo: o 'herói' do sul sergipano não conteve as lágrimas ao desabafar que enfrenta sérios problemas emocionais e financeiros desde aquele março de 2008.
"Depois de algum tempo da morte daquele bandido, gente do bando voltou aqui para infernizar. Confesso que tive medo e me desfiz de tudo, inclusive das 32 cabeças de gado e das ovelhas que comprei com dinheiro emprestado do banco", revelou Zé Curador. "Só restou essa casa. Passei um tempo em São Paulo, comprei uma casinha em Rio Real, tudo porque não podia ficar por aqui. O povo faz as perversidades lá fora e eu é que tenho que fugir. Como pode uma coisa dessas?", questionou novamente.
Sua esposa, Maria José dos Santos Barbosa, 40, lamenta a situação que a família vem enfrentando, mas acredita que tudo passará e que todos serão felizes novamente. "Zé é um homem forte, mas vem passando sufoco. Está endividado, recebendo cobranças do banco e sem saber como vai pagar", diz.
Em um momento da conversa com o Cinform, Zé Curador pede licença, sai e volta apresentando a foice que acertou Pipita naquela noite de terror. "Peço a Deus para voltar a ser quem sempre fui. Agora, só tenho essa terra e a coragem para trabalhar. É muito triste, mas sei que vou vencer, porque Deus é maior do que isso tudo. Sei que havia muito ricaço protegendo aquele bandido, mas estou aqui de volta. Não me desfaço da minha foice, nem vou mais fugir", acrescenta Zé Curador: o último corajoso a enfrentar Pipita.
Foto - Ana Lícia Menezes
Fonte: Cinform.com
Reportagem: Edinando Santos de Sergipe para o Rio Real News
thiago do posto
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