O roteiro de uma viagem e o que vi no Martagão
Saímos de Rio Real às duas da
manhã no ônibus do povo. O motorista era Renato, pessoa experiente com mais de
vinte e cinco anos a rodar pelas estradas do Brasil. No carro pessoas ansiosas
a procura da cura para os seus problemas loucos para chegarem a salvador e
terem aliviadas as suas dores. Chegamos as seis da manhã.
O carro é razoavelmente
confortável e uma música embalava a viagem lá chegando de maneira gentil e
educada o motorista deixa cada passageiro em seu setor os ajudando caso seja
necessário. Já sensibilizado no carro com os problemas das pessoas tive o
coração ainda mais aflito ao chegar ao martagão. Lá vi pessoas em pé na fila a
esperar, mães amamentando no chão, outras de tanto cansaço dormiam ali mesmo,
ou ainda choravam a tristeza de terem saído às sete da noite de suas cidades
para chegarem lá as seis da manhã. Crianças com os mais variados tipos de
enfermidade de diversas cidades baianas. Cidades que por não ter ainda recursos
para tratarem dos seus criam esse mecanismo de enviar a capital o que é de fato
uma grande benção. Na ortopedia eu olhava pés e via pés! Pés tortos e cabeças
cheias de esperança e de vontade. Vontade de correr de andar e de chegar onde
se quer, derramei muitas lagrimas por mim e pelos outros e lamentei a
exploração de comerciantes que ali trabalham vendendo um refrigerante que custa
R$ 1.79 por 3.50 é exploração na necessidade e na dor. O Martagão hospital da
criança em Salvador é uma benção embora alguns detalhes assim como em todo
lugar precisem ser corrigidos.
Quem precisa sofre se arrisca
e vai a luta tão somente pela vontade de vencer. A dor era totalmente e
absolutamente perceptível no olhar das mães e pais no Gesteira, porém, no
entanto, todavia o desejo da vitória saltava aos olhos em saber que em breve a
vitória viria. Quem luta não tarda em alcançar, e quem almeja a vitória do bem
para o bem excelente coisa deseja.
Edinaldo nascimento (muito
mais que um repórter, um cidadão)
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