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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MAIS DE 40 FAMÍLIAS ENGASGADA DE SEDE EM RIO REAL

imagens: JOANDERSON DE JESUS


Por. NERIVALDO FERREIRA

 A seca castiga o nordeste, e a cidade de Rio Real localizada na região litoral norte agreste de alagoinhas sofre com a seca, e comunidades como o salgado grande falta o bem mais precioso e essencial à vida, a água. Nossa equipe de reportagem que vai aonde ninguém quer ir, com exclusividade fomos conhecer de perto o drama das famílias que vive naquela comunidade. Como se já não fosse o bastante o sofrimento da falta de água, dona Rosinete sofre por muitas vezes acordar sem ter o que dá para os filhos comerem, que choram pelo pedaço de pão. Em um pedaço de pau pendurado na parede, ela pendura as poucas peças de roupas que tem.
 É na porta do banheiro, que não funciona que o pau fica pendurado. Na parte interna, ela acumula roupa, como não tem onde colocar o colchão velho das crianças dormirem, as roupas, e outras peças íntimas, o chão do banheiro serve como guarda roupa.
 É em cimas das roupas no meio do colchão, que uma galinha faz o ninho dentro do banheiro. Nossa equipe de reportagem filmou tudo, chegamos exatamente na hora em que a galinha colocava o ovo, que estava quente, igual o sol de verão.
 A galinha acostumada dormir com as crianças, nem se assustou com a presença de nossa equipe de reportagem, tocamos nela e até fiz uma massagem na cabeça dela, peguei o ovo, e ela tranquila, acostumada conviver com gente, nem se assustou.
Dona Rosinete disse ainda, que quando falta comida, os vizinhos ajuda para não deixar as crianças passarem fome, no momento da reportagem, ela preparava o almoço, no fogão de lenha, apenas feijão e arroz eram o que tinha para o almoço.
 Dona ZEFINHA disse que tem mais de 40 anos que mora no salgado grande, segundo ela, o que fez com que secasse a represa, foi a retirada das moitinhas de mato, disse ela em uma linguagem campestre, na humildade de quem nasceu e se criou a li, que sofre mais não abandona, o lugar que antes ela atravessava de barco, se quisesse atravessar o lugar que hoje é uma estrada onde trafegam veículos.
É muito triste olhar o passado, e se bater com o agora que tende piorar, disse ela. Segundo Hugo Leonardo, uma figura fantástica, compromissado com o social, que sempre ajuda os necessitados, é preciso o governo fazer alguma coisa para as mais de 40 famílias que moram na comunidade.
Se não fosse Hugo trazendo por meio da secretaria de infraestrutura o carro pipa duas vezes por semana, certamente a situação estaria bem pior. Na casa de dona Maria Martins, nem porta tem, mas segundo ela nem se importa com isso, dentro de casa não tem o que roubar. Apenas a vida disse ela, que quase não tem.
 No lugar da porta uma cortinha, no lugar da mesa, um pedaço de madeira, a casa não é engraçada, mas não tem quase nada. Nossa equipe filmou tudo e será exibido em breve aqui no rio real news tv, toda reportagem em áudio e vídeo. Uma reportagem especial, que vai mostrar pela primeira vez, a mulher que come fumo.






 Pois é, fumo mesmo. Quando filmava o quarto dividido por uma cortina, com faro de quem ama o jornalismo, e a sensibilidade necessária extinta em alguns comunicadores, conseguimos ver o momento que a mulher tentava esconder algo atrás da cortina. Educadamente, falei que havia percebido a ação dela tentando preservar algo, perguntei se poderia mostrar o que ela tentava esconder, ela simplesmente mostrou.
Era um pacote de fumo, acompanhado de um vaso de refrigerante, cortado ao meio, estava em cima de uma cadeira velha. Perguntei pra que era aquilo, e simplesmente respondeu: “eu masco fumo”.
 Pedi que mostrasse como era isso, e ela encheu a mão de fumo, e jogou dentro da boca com a maior naturalidade. Depois cuspiu, dizendo que aquele vaso de refrigerante seria para ela cuspir dentro, para não cuspi no chão. Sem palavras, eu fique parado impressionado, e ela tentou justificar dizendo: “ eu fico aqui só, meu marido morreu, fiquei viúva, aí não posso fumar por que o médico me proibiu, então para distrair, masco fumo”. 
O que vi, não foi uma casa muito engraçada, diferente da casa descrita na literatura, essa tinha teto, tinha parede, simples mais tinha. Não tinha piso, mas tinha chão, não tinha o que roubar, até porque dignidade não se rouba. Não se compra. E nessa casa nada engraçada, tinha lago valioso para o ser humano que acredito está em fase de extinção, honestidade e a dignidade. Apesar de todo sofrimento como reflexo de um mecanismo criado por eles mesmos que os fizeram vítimas do próprio mecanismo que criaram. a fome já bateu na porta dessas pessoas várias vezes, e apesar de todo sofrimento a honra não pulou pela janela ainda.  
A REPORTAGEM COMPLETA, EM ÁUDIO E VÍDEO, VOCÊ VER AQUI NO RIO REAL NEWS TV, AGUARDE!

Por. NERIVALDO FERREIRA
cineastadosgreste@hotmail.com
DRT 7116 MT/BA







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